domingo, 7 de agosto de 2011

Correspondência a 130 km


Ao tragar um cigarro na varanda, contemplo seus olhos no brilho das estrelas, que insistem em ofuscar-me em meio ao céu nublado e distante. A distância já não me é mais problema, pois a correspondência não se faz simplesmente por toques, mas por encontro de almas quando se fundem em uma apenas.
Uma mistura de sensações me consomem e me tomam por inteiro – querer estar perto e me sentir seguro em seus braços; uma saudade sem precedentes e inexplicável; meu pensamento passeia entre sua imagem linda a me olhar; sua voz é a melhor e mais doce canção que permeia em meus ouvidos; perco-me entre sonhos e realidade, paixões e quereres, futuros e um presente formidável.
Ultimamente não tem sido fácil falar de amor. Sentir-me com a boca seca, os olhos brilhando e a motivação de escrever bem mais que algumas linhas – um canto ao encanto que me preenche bem no canto do meu ser – é o que me impulsiona para 130 km de mim e faz-me exalar felicidade. As palavras parecem, por vezes, pleonásticas, mas mostram apenas formas diferentes de viver paixões diferentes em situações diferentes, mas com uma mesma essência: buscar no outro aquilo que me completa.
Não sinto receio, tampouco medo de tentar outra vez a sensação de perder os sentidos e continuar sóbrio à paixão. Quero ser-te completo. E a obviedade disso tudo estará explícita na complexidade deste mesmo ser que te quer inteiro. Um ser sedento de ouvir-te o silêncio que emana dos momentos em que não estás comigo. Preciso sentir o teu perfume inundar todo meu corpo, mesmo quando não houver contato direto com tua pele. Quero acenar para ti e receber teu olhar, ainda que não estejas ao meu alcance para te enxergar. Coisas sem sentido, porque o que sinto hoje me não faz sentido, apenas transito entre a transa do trançar o futuro e do aproveitar o presente.