quarta-feira, 24 de junho de 2015

De amor

             De amor. Reduz-se o vocabulário a zero quando o assunto se condensa em fantasias e desejos surreais, realidade e atos concretos.
             De nada. Tudo realizo apenas ao imaginar momentos lindos que ainda não vivemos. Somente tenho certeza de que, mesmo em mundos vazios e longínquos, nos encontraremos sem (com?) malícia.
       De imaterialidade. Concretude de sonhos esvaídos na imensidão de lugares onde nos encontramos e, ao mesmo tempo, perdemos o fio da afinidade que poderíamos tecer todas as vezes quando teu cheiro invade meu corpo despido das possibilidades remotas de ver o sabor da tua boca.
              De carne. Espíritos emaranhados por conta da saudade ardente de te sentir pela primeira vez dentro de mim. Profusão de consequência e causa entrelaçadas por uma concessão: existirmos dois como um. Um, dois, zerados na explicação de carne, de imaterialidade, de nada.
               De amor.

Ambiguidades


          Todo meu amor será dado a ti, a quem me faz viajar tão perto de mim e, ao mesmo tempo, tão distante de quem sou. Todo teu amor será compensado em meus pensamentos vagos, tortuosos e precisos. Ambiguidade de cores, sentidos, poesias e paixão. Singularidade que só tu consegues me impor. Convite de quereres.