terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Enfim livre (?) 2

[23:43] 19/01/2009

[Desabafos de um aspirante a liberdade]

Cativeiro nunca mais! Gostaria de viver esta frase, mas será possível em meio a tantas lembranças? Se não bastasse a minha mente estar indo no sentido contrário de tudo que me completa, ainda vem pessoas querendo me aprisionar no meu passado branco. Perdão aos moralistas, mas prefiro meu presente negro.
Será que nunca estarei totalmente livre? E como entender um livre arbítrio onde a liberdade é arbitrária? Posso escolher, mas não tenho escolha. Paradoxo. Nem minhas lembranças me deixam livre. Sou obrigado a lembrar o que a mente traz. Lembro sem querer lembrar, apenas lembrando. E essas recordações sobre tudo que já vivi, de tanto que lutei pela libertação, voltam me prendendo sempre ao passado. Memória escravocrata. Ser livre para esquecer deveria ser um direito, mas sou livre somente para cumprir meus deveres morais.
A liberdade de calar já me foi tirada, acredita?! Tenho que falar, mesmo que isso custe a minha reputação. Talvez no silêncio eles me entenderiam mais, mas o que querem mesmo é ouvir a minha voz. A única liberdade de expressão que existe então, é a expressão de expressar tudo. Mais uma vez não me vejo livre para falar quando quero nem para falar só o que quero.
Soltemo-nos das correntes. Pés e mãos livres! Resta saber se, assim como as mãos e os pés, a mente será enfim liberta das lembranças, pensamentos e dogmas que só me prendem cada dia mais. Desarraiguemo-nos, pois.

[00:28] 20/01/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário